'Pavilhão do PCC': facção que controlava parte de presídio em MG, vendia drogas e até alugava quadra de futebol para detentos, segundo o MPMG

  • 19/04/2024
(Foto: Reprodução)
Também foi constatado que a facção controlava os membros por meio de registros detalhados e que os presos do PCC no Presídio Jacy de Assis mantêm contato com outros membros soltos. Investigação faz parte da operação "Decretados" do Gaeco. Presídio Professor Jacy de Assis, em Uberlândia Daniel Protzner/ ALMG Prisioneiros ligados à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) do Presídio Professor Jacy de Assis, em Uberlândia, vendiam drogas, alugavam quadra de futebol, faziam apostas de partidas esportivas, além de manter diversas anotações contendo cadastro de presos faccionados e levantamento dos setores que o grupo criminoso comandava dentro do presídio. As informações foram obtidas durante as investigações da operação "Decretados" do Grupo de Atuação especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), após incursões de investigadores em celas da ala conhecida como "Pavilhão do PCC", que abriga criminosos da facção. A partir das anotações, foi constatado que a facção controlava os membros por meio de registros detalhados com nome, data de nascimento, idade, nome da mãe, data e local de batismo, apelido, origem, funções ocupadas, presídio em que estava preso, dívidas com o PCC, punições pela facção, e posição atual. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Organização Além disso, membros da facção eram divididos em grupos para distribuir tarefas e acompanhar as atividades da organização. Os grupos incluíam esportes, tabacaria, caixa do jogo do bicho, finanças, arquivo morto, disciplina, cadastro, lista negra, trivela, finanças da unidade, papelaria, finanças do pavilhão, cadastro geral, sincronia de trabalho, apoiadores, comunicação, avisos, finanças do pavilhão, sem paula, gaiola, kaô, e almoxarifado. Também foi identificado que os presos do PCC no Presídio Jacy de Assis mantinham contato com outros membros soltos, seguindo ordens para cometer crimes e movimentar dinheiro para a organização criminosa. Segundo a investigação, drogas são usadas como moeda na prisão, servindo como uma espécie de câmbio local em diversas atividades, como os esportes, apostas, jogo do bicho, papelaria, e cadastros. Assim, toda dívida criada pelo comando era inicialmente convertida em drogas e depois em moeda real. 🔔 Receba no WhatsApp as notícias do Triângulo e região Operação De acordo com o Gaeco, as investigações ocorreram a partir do levantamento de informações de que parte da facção criminosa teria recebido, no interior do Presídio Professor Jacy de Assis, em Uberlândia, remessa de drogas e aparelhos celulares, tendo em vista que o equipamento body scan estava com defeito, bem como de que existia um plano para executar um policial penal. Como parte da operação, foram executados 116 mandados de prisão preventiva e 11 mandados de busca e apreensão contra integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) na manhã de quinta-feira. Os mandados foram cumpridos nos bairros Canaã, Laranjeiras, Integração, Morumbi, Alvorada, Shopping Park, além das cidades de Tupaciguara e Ituiutaba, e vários presídios de MG e de Taubaté (SP) e Presidente Prudente (SP). “Um dos policiais penais teria danificado o equipamento de escaneamento corporal para facilitar a entrada de celulares e drogas na unidade. Quando temos um equipamento desse quebrado, há grandes indícios de que materiais ilícitos estão entrando no presídio. Foi assim que começamos a investigar a situação e conseguimos identificar diversos celulares e drogas com os presidiários. Com esse material também identificamos vários envolvidos com a facção e sua respectivas funções", disse o promotor do Gaeco, Thiago Ferraz. Durante a operação foram apreendidos 360 pacotes de maconha prontos para a distribuição, seis tabletes da mesma droga, seis celulares e porções de cocaína. Droga apreendida operação Decretados Divulgação Sejusp A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) enviou uma nota ao g1 a respeito da situação no presídio. Leia na íntegra. "Informamos que o Presídio Professor Jacy de Assis, localizado em Uberlândia, ficou apenas um breve período sem o escâner corporal, entre os dias 11 a 19 de janeiro deste ano, devido a troca contratual da empresa fornecedora e substituição dos equipamentos em uso. A substituição não alterou a segurança da unidade tendo em vista que as revistas continuaram a ser realizadas de acordo com as normas previstas no Regulamento e Normas de Procedimentos do Sistema Prisional (ReNP). O equipamento já está em pleno funcionamento. Salientamos ainda que o Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) realiza diariamente várias ações de revista em celas para coibir a entrada ou permanência de materiais ilícitos ou não permitidos no interior das unidades prisionais sob sua administração. Para isso, além da expertise de seus policiais penais e ações preventivas da Inteligência, conta com equipamentos como os escâners corporais e detectores de metal em revistas a visitantes e, também, as correspondências que chegam destinadas a custodiados são alvo de minuciosa inspeção de acordo com as normas previstas no ReNP." 📲 Siga as redes sociais do g1 Triângulo: Instagram, Facebook e Twitter 📲 Receba no WhatsApp as notícias do g1 Triângulo VÍDEOS: veja tudo sobre o Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas

FONTE: https://g1.globo.com/mg/triangulo-mineiro/noticia/2024/04/19/pavilhao-do-pcc-faccao-que-controlava-parte-de-presidio-em-mg-vendia-drogas-e-ate-alugava-quadra-de-futebol-para-detentos-segundo-o-mpmg.ghtml


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